Segundo o IBGE, em 2008 a renda per capita do Maranhão era três vezes menor que a renda per capita nacional.
Pouca riqueza, adicionada à concentração de renda condena a maioria da população a viver na pobreza. Em 2008 os dados do IBGE indicam que 64% da população maranhense viviam em condições de pobreza ou indigência.
O caminho seguido pelos governantes foi apostar nos investimentos Alcoa/Alumar, Vale do Rio Doce, soja. Na atualidade, barragem do Estreito, fábrica da Suzano e a refinaria da Petrobrás. A Estrada de Ferro Carajás, ferrovia Norte- Sul, ampliação do Porto de Itaqui, receberam pesados investimentos públicos, mas beneficiam poucas empresas. Não houve preocupação em ampliar investimentos em outras atividades que ampliasse a utilização desta infra-estrutura.
Apesar destes empreendimentos, voltados para exportação de commodities, não alteraram a situação de pobreza da população. São concentradores de renda e não geram efeitos multiplicadores na economia do Estado.
Na verdade, os governantes seguem a chamada linha neoliberal. Pregam o Estado mínimo que na prática significa defender lucro máximo para as empresas privadas.
Descartam o desenvolvimento econômico tendo como meta a igualdade social. Na verdade este objetivo contradiz a lógica capitalista.
Como exemplo, apesar da capacidade de produção de navios em estaleiros no Brasil, em 2009 a Vale encomendou a produção de 12 navios a estaleiros chineses.
A descoberta de gás natural pela OGX no município de Capinzal do Norte amplia as possibilidades, mas continuando a orientação econômica vigente não significará grandes melhorias nas condições de vida da maioria da população.
Em qualquer parte do mundo, economias pouco desenvolvidas como é o caso do Maranhão, só sairão da pobreza com forte intervenção do Estado na economia.
O Estado deve resolver os problemas de infra-estrutura como estradas, portos, ferrovias, energia, telecomunicações. Isto é básico para haver desenvolvimento. Deve ir além: investir pesado na indústria de base, educação, modernizar a estrutura agrária.
Em vez de meros exportadores de matérias-primas devemos aqui industrializá-las. Nesta direção será possível garantir trabalho e melhorar as condições de vida de milhões de trabalhadores tendo o Estado como articulador do processo de industrialização.
Não podemos permitir que a educação seja tratada como qualquer mercadoria. Apenas o Estado pode alavancar uma boa educação para toda a sociedade. Não deve poupar investimentos para formar cientistas, engenheiros, professores, economistas, administradores, sociólogos etc. Assim a sociedade terá melhores condições de planejamento e execução das melhores alternativas.
Nossas terras não podem permanecer nas mãos do agronegócio que no afã do lucro não tem nenhuma preocupação social ou com o meio-ambiente. Nem devemos abandonar os trabalhadores rurais no analfabetismo e na pobreza, utilizando as mais arcaicas técnicas tendo ao alcance apenas ferramentas como a enxada, foice e o machado.
Precisamos incentivar a criação de unidades agrícolas coletivas, utilizando a mais moderna tecnologia, tendo como atores principais os trabalhadores. O zoneamento agrícola do Estado é necessário. Para haver controle e planejamento é preciso definir as áreas de preservação ambiental e onde é mais produtiva a exploração agrícola em larga escala.
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