segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Nossa época

Vivemos em uma sociedade capitalista onde a característica principal é a propriedade privada e os trabalhadores são alienados dos meios de produção.
De um lado os capitalistas, pequeníssima parcela da população, são proprietários dos meios de produção. De outro, os trabalhadores, parcela significativa da população, possuem apenas a força de trabalho. O capitalista, senhor da propriedade e dos meios de produção, pela força econômica, define as regras da contratação da força de trabalho. Os trabalhadores reagem à ânsia pelo lucro dos capitalistas, mas não questionando o modo de produção em sua totalidade, não conquistam mais que alguns rendimentos em seus salários. Mesmo assim, nos momentos de crise, que no capitalismo é certo e periódico, estes rendimentos escapam pelos dedos, com as demissões em massa. Assim são os trabalhadores que sempre pagam o pato.

O capitalismo precisa do desemprego

Além do mais, outra característica importante do modo de produção sob o qual vivemos na atualidade, é a necessidade da existência do desemprego. Quando vai ao mercado à busca de força de trabalho, o capitalista precisa encontrá-lo em abundância. Não fosse assim, teria que pagar altos salários, que em situação extrema, poderia inviabilizar seu negócio.

Não há como existir igualdade no capitalismo

Nesta lógica, não há como existir igualdade no capitalismo. Haverá sempre o capitalista, onde é concentrado o domínio da riqueza, o trabalhador que tem como único meio de vida a venda de sua força de trabalho e os desempregados que constituem o exército de reserva desta força de trabalho, como bem definiu Karl Marx.

No capitalismo, igualdade nada mais é que ideologia burguesa

Igualdade no modo de produção capitalista nada mais é que ideologia burguesa. Tem o único objetivo de iludir os trabalhadores e induzi-los a pensar que um dia poderão também ser capitalista.
Já pensou uma sociedade onde só exista capitalistas? Quem irá trabalhar para eles? Como isto não é possível, então por natureza, o capitalismo é uma sociedade de desiguais. Esta é sua lógica. Também assim foi a escravidão e o feudalismo. Cada um com características que lhes foram peculiares.

O capitalismo agora domina seu criador

Mas um capitalista humano pode fazer algo contra a desumanidade deste modo de produção? Diríamos que não, ou que quase nada pode fazer. Caso uma empresa queira fazer gracinha e não siga as leis de ferro deste modo de produção, simplesmente vai à falência. Assim o capitalista se transforma em um ser involuntário, que segue regras sobre a qual não possui domínio pleno. O monstro que criou agora os domina.

A humanidade está condenada a viver eternamente neste modo de produção?

Tivemos a sociedade primitiva, onde os recursos da natureza estavam disponíveis a todos, bastava que os coletasse. Mas aí nos tempos de seca ou de muita chuva, o bicho pegava, havia sérios problemas. A humanidade avançou no domínio da natureza, começou a cultivar e criar animais. Neste processo avançou para a escravidão, onde uma pequena parcela tinha o ócio e alguns dedicaram seu tempo para pensar a natureza. Isto à custa da sujeição dos escravos a uma vida de barbárie. Avançou a produção em regiões mais desenvolvidas. Na disputa pela riqueza surgiram os feudos, onde o senhor com seu exército garantiam a segurança de áreas sob seu domínio e em troca o servo teria que lhes garantir parte da produção. Onde a produção prosperou, surgiu crescimento do comércio, os artesãos, os burgos, a manufatura, a máquina a vapor e o capitalismo promoveu uma verdadeira revolução na forma de produzir. Com a necessidade permanente de novos mercados, a concorrência entre capitais e sua capacidade de produzir cada vez mais com preços baixos, dominou o mundo, tudo e todos.

Sob o capitalismo, a humanidade não tem como eliminar a miséria

Mas sob o capitalismo, a humanidade não tem como eliminar a miséria. A forma atual é de concentração total da riqueza. Cada vez mais menos empresas dominam mais o mercado. Hoje, individualmente muitas empresas são mais ricas que muitos países.
Em números absolutos surge uma classe que consome, mas de forma relativa cresce a miséria em todo o mundo.

Hoje a produção é suficiente para garantir boas condições de vida a toda humanidade.

Mas devido ao processo concentrador da renda e o objetivo ser exclusivamente o lucro, milhões vivem na miséria e guerras estouram por todos os lados. A violência assume todas as formas e podemos dizer que vivemos em clima de barbárie.

No capitalismo não é possível a preservação da natureza

A natureza já não suporta mais sua exploração de forma irresponsável e com objetivos exclusivamente de interesse dos poucos grupos que dominam a economia e a política. Mas sob o capitalismo não é possível preservação da natureza. Do ponto de vista capitalista, preservar a natureza não dá lucro. Só fala em preservação de forma demagógica.
O que resta de floresta está sendo devastados, rios sendo transformados em esgoto. No capitalismo, a natureza é violentada de todas as formas.

Quem anda nas ruas de qualquer cidade do Brasil sem correr o risco de ser assaltado?

Iraque, Afeganistão, Colômbia, Israelenses, palestinos, guerra entre traficantes e polícia em pleno Rio de Janeiro, etc. etc. etc.
Favelas se espalham em todos os grandes centros urbanos.

O capitalismo não é o fim da história

Só quem tem a força para produzir riquezas pode alterar esta dinâmica.
O capitalismo não é o fim da história. É a base para em um processo revolucionário construir uma sociedade de iguais. Isto é possível porque a forma como se produz já é social. São milhões de trabalhadores que com sua força e dedicação garantem a produção das riquezas.

O capitalismo não tem mais nada a oferecer à humanidade

Na atualidade, o capitalismo se transformou em um entrave para a humanidade. Uma minoria se apropria das riquezas que em todo o mundo os trabalhadores produzem. São estes trabalhadores que produzem e que coletivamente tem conhecimento de todo o processo de produção, que possuem a capacidade de realizar a tarefa de construir novas relações de produção, superar o capitalismo e arrancar a humanidade da miséria e da barbárie.
O capitalismo não tem mais nada a oferecer à humanidade. Dele brota a violência e a miséria.

Carlos Lopes

Um comentário:

  1. Carlos,

    Que os trabalhadores quem gera a riqueza e sendo ele o único capaz de efetivamente fazer a revolução ninguém pode questionar, apesar de que o que vemos é o oposto, eles mesmos acreditam que é graças ao capitalista que há produção como você mesmo pontua no texto.
    Sendo assim, temos como objetivo despertar nossa classe para um processo revolucionário e isso parte pela educação e o conhecimento além de exemplificar melhor do que é o capitalismo em nossas vidas.
    Dentro de nossas discussões afirmei que não conseguimos mais identificar o burguês do operário, pois graças a tecnologia e o mercado de consumo um operário pode - mesmo que superficialmente fragilmente - manter uma vida de luxuria: celular que valem 3 vezes seu salário mensal, televisor que custam uma ano de salário etc. Com isso o capitalismo dá a impressão que isso ele tem graças a esse sistema, mas não diz que a tomo momento o marcado o ordena a consumir mais e mais e para isso ajudar a reproduzir a riqueza confiscada por eles e que na verdade apenas eles é que tem a estabilidade econômica tão prometida a todos pelo capitalismo, verdadeira lavagem cerebral da classe trabalhadora.

    Precisamos a cada momento questionar se é esse o nosso futura, eternamente consumir para tentar se igualar - coisa impossível - aos detentores dos modos de produção, cabe a nos defensores do comunismo esse papel e com certeza mais e mais operários se juntarão a nos.

    ResponderExcluir