sexta-feira, 26 de março de 2010

Maranhão

No Brasil, os grandes grupos econômicos se expandem para regiões onde a mão-de-obra é mais barata. A legislação lhes dá carta branca para degradar a natureza.

Não por acaso no Maranhão foi instalado em Açailândia um pólo Siderúrgico; a Vale e outras Siderúrgicas investem pesado no plantio de eucalipto para produção de carvão; a Suzano Celulose investindo na compra de fazendas de eucalipto e terras para garantir matéria prima para produção de papel em uma fábrica que está em processo de instalação no sul do Maranhão; em Balsas-MA, grandes investimentos no plantio de soja; a Ceste, consórcio de empresas monopolistas, em fase de conclusão da Barragem do Estreito; em São Luís, a Alumar anuncia duplicar sua planta industrial, a Petrobrás anuncia a construção da refinaria em Bacabeira com volumoso investimento e o Porto de Itaquí terá grande ampliação para receber os navios que viabilizarão a exportação do resultado destes empreendimentos.

O Maranhão entra definitivamente na rota dos monopólios e o objetivo é exportar a produção. Como é da lógica capitalista em sua fase monopolista, a população nativa não terá muitos benefícios. Na demagogia de Sarney, com a refinaria, “Bacabeira será um pedacinho do Céu”.

Estes empreendimentos capitalistas promovem forte desenvolvimento das forças produtivas no Maranhão. Empregam uma massa de proletários que executam o trabalho e de onde a burguesia extrai mais-valia. O Maranhão supera a fase onde a agricultura familiar era sua base econômica e manteve sua economia estagnada por décadas. A produção tipicamente capitalista é definitivamente o modo dominante.

Não vamos combater a burguesia defendendo a volta ao atraso da agricultura familiar, perpetuando a miséria dos trabalhadores. Não vamos combater os monopólios defendendo o capitalismo concorrencial, a pequena propriedade, com pouca produtividade e seus proprietários são obrigados a submeter os trabalhadores a baixos salários e na maioria das vezes não cumprem nem a legislação trabalhista.

Para superar a exploração capitalista devemos lutar por um modo de produção superior, uma sociedade onde os trabalhadores livremente associados comandem o processo produtivo.

Um comentário:

  1. Pode-se fazer também uma analogia entre a refinaria de Bacabeira e a de Campos de Goytacazes no RJ, que mesmo sendo uma das maiores economias do Brasil tem uma das maiores desigualdades do mesmo.

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