terça-feira, 17 de novembro de 2009

Pré-Candidato a presidência da república, Plínio de Arruda Sampaio em São Luís-MA.



Atendendo convite de militantes do PSOL que defendem sua candidatura a presidência da república, ontem, dia 16/11/2009 às 18h no auditório do Sindicato dos Bancários, Plínio de Arruda Sampaio abordou vários temas da realidade brasileira.

“Há 20 anos o povo não tem nenhuma vitória. Com a crise o povo recuou.” Assumiu a cultura do menos ruim.

Para Plínio de Arruda Sampaio, o capitalismo vai ter que tomar medidas duras para manter suas margens de lucro.

Na realidade o presidente Lula não tem poder sobre as grandes decisões. As grandes decisões são tomadas pelo FMI, pelo Banco Mundial, por Wall Street, o centro financeiro do Imperialismo.

Temos os países coloniais, o que fomos no passado, os países dependentes, caso do Brasil na atualidade, e os países independentes, como EUA.

Com a crise que incomoda o grande capital desde a década de 70, o neoliberalismo, o reordenamento da divisão internacional do trabalho reserva ao Brasil o papel de voltar a ser país exportador de produtos primários: carne, soja, cana-de-açúcar, madeira, etc. Volta a uma situação que o passado colonial já mostrou ser um desastre. Temos evidentemente que romper com esta lógica.

“A burguesia está comprando tudo, inclusive terra”. Então a grande questão do atual presidente, destes candidatos que aí se apresentam, do grosso dos estudos nas universidades é saber como deixar a burguesia agir sem empecilhos. Como fazer para manter a multidão conformada. “Como segurar esta massa”. Como passar este momento de crise sem ter problemas mais sérios.

Para Plínio, é necessário conhecer o que o inimigo pensa.
“O centro da conjuntura nas eleições de 2010 é elevar a consciência do povo”. “Como usar a campanha para discutir os problemas reais do país”.

Nos marcos dos interesses do grande capital, Dilma, José Serra e Marina artificializam os temas centrais para não abordarem o que realmente interessa ao povo brasileiro. Os profissionais da mídia (todos a serviço destas candidaturas) são especialistas em fazer gato virar lebre. Não há diferença fundamental entre estas candidaturas. Muda um aspecto aqui, outro acolá, mas a essência não muda.

Devemos ficar discutindo se é a Petrobrás que vai explorar o Pré-sal ou se é outra empresa? A Petrobrás é hoje uma empresa Privada. Plínio de Arruda Sampaio manifestou a opinião de que se realmente queremos usufruir da riqueza do Pré-sal teremos que comprar modernos aviões de combate, aparelhar a frota naval e o exército para defender tão cobiçada riqueza. “Este é o centro da questão, esta é a verdade dos fatos”. O exemplo evidente é a ocupação militar de países do Oriente Médio pelos EUA. Por aqui eles já estão com bases na Colômbia e a IV Frota Naval já anda pelas redondezas para “proteger os mares da região” segundo seu comandante.

O PSOL no momento vive uma crise.

Estamos na encruzilhada entre continuar nosso projeto de luta pelo socialismo ou começar a ser transigente, pactuar com partidos e candidaturas da ordem. A trajetória do PT já nos ensinou: começa com a transigência e acaba no mensalão.

A solução então é enfrentar, seguir a construção do projeto socialista, bater duro, denunciar.

Vivemos a geração do menos mal. Vamos romper com isto, vamos lutar pela solução, pelo que é definitivo, pelo o que é melhor para um dia de fato construirmos isto. Sem ter estes objetivos, se ficarmos querendo fazer atalhos, nos contentar com migalhas, nunca chegaremos lá.

Na campanha, não devemos fazer bonito para a burguesia. Devemos colocar o problema para os trabalhadores e o povo. Coletivamente buscar alternativas.
“A solução está dentro do problema.” Vamos trabalhar com o que os movimentos sociais querem. Trabalhar aquilo que os mobiliza. Esta é a forma de construir o programa. O MST tem suas reivindicações. Vamos então trabalhar juntamente com o movimento para solucionar este problema. Seguir esta lógica para a educação, a moradia, o saneamento básico, a questão do trabalho, do desemprego, da juventude, etc.

Plínio de Arruda Sampaio comentou uma passagem do filme "Queimadas", onde em uma cena o líder revolucionário, já condenado à forca, está a caminho para ser guilhotinado. O carcereiro com complacência afirma que era a chance de fugir (o líder revolucionário), pois naquele momento estavam apenas os dois. Aí, sobre o olhar de surpresa do carcereiro, por não entender a atitude, o líder revolucionário retruca: fugir nada. Fugindo a revolta acaba, tudo acaba. Morrendo serei o mártir que manterá a chama dos motivos justos desta revolta.
Recomenda que todos assistam a este filme: “Queimadas”.

Plínio de Arruda Sampaio demonstrou todo vigor de uma candidatura que trabalha para construir um novo marco da luta pelo socialismo.

Marcos Silva, do PSTU, manifestou esperança em fechar aliança com o PSOL e o PCB, formando a frente classista para enfrentar a burguesia nas eleições de 2010, a nível nacional e estadual.

Saulo, pré-candidato ao governo do Maranhão pelo PSOL, a ser definido dia 28/11/2009, manifestou seu apoio integral à candidatura de Plínio de Arruda Sampaio e informou já estar sistematizando o eixo programático a ser apresentado no processo eleitoral.

Tentei assim fazer uma síntese dos principais momentos da palestra. Esta interpretação é de minha inteira responsabilidade. Estamos contentes em sentir que as idéias revolucionárias estão em ebulição e o ideário socialista fervilha na cabeça de milhões.

Na verdade o capitalismo não tem mais o que oferecer à humanidade: vivemos diariamente a violência, barbárie e concentração da riqueza.

Chegaremos ao objetivo. Quem viver verá.

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