segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Sinuca de bico


Os EUA estão às voltas com os altos índices de desemprego e a exorbitante dívida pública. Situação semelhante vive a região do euro.
O norte americano foi voraz consumidor que impulsionaram as exportações de países em desenvolvimento, como China, Índia, Rússia, Brasil, etc.
Exportaram capitais e nestes países implantaram indústrias que não precisavam utilizar trabalho especializado.
Os EUA é base do capital financeiro que submete o mundo inteiro à especulação.
Com juros próximos de zero, Wall Street corre mundo afora em busca de melhores taxas. O Brasil é assim um paraíso. Para minimizar a orgia, o Governo brasileiro já foi obrigado a definir taxas sobre a movimentação deste capital. Aqui eles ganham duplamente: com a alta taxa de juros e com a desvalorização do dólar. Para o capital financeiro é o melhor dos mundos. Quando os benefícios emagrecem ou são duvidosos, simplesmente migram para outros paraísos. Foi a causa de crises em vários países, inclusive Brasil.
No momento, por aqui a economia apresenta sinais de crescimento. A previsão é de 5% em 2010 e de 4,5% em 2011. O governo brasileiro e a OCDE convergem para estas previsões.
Mas temos que nos preparar, pois a bonança pode ser destruída pela tempestade.
Na sinuca de bico que os EUA se encontram, terão que fazer pesados investimentos na produção, na implantação de modernas indústrias. Isto se quer manter o nível de consumo a que se acostumaram nas últimas décadas. Mesmo assim, os trabalhadores nos EUA verão seus salários achatarem.
Qual implicação disto para o mundo?
Que os EUA voltarão com toda força para competir com a produção industrial. Na divisão do trabalho das últimas décadas os EUA deixavam esta tarefa principalmente para os países em desenvolvimento, com destaque para a China. Com a exploração baseado nos baixos salários dos trabalhadores destes países, o capital financeiro buscava garantir alta as taxas de lucro e uma produção com custos relativamente baratos.
Com a crise, não poderá mais continuar neste conforto.
E agora? Como os países em desenvolvimento enfrentar o gigante sem voltar aos tempos coloniais de dependência da exportação de produtos primários?
Aqui, o agronegócio achará isto uma maravilha. Mas os trabalhadores e os milhões de brasileiros?

Nenhum comentário:

Postar um comentário